O caso Youthforia: como as marcas de maquiagem continuam a excluir mulheres do consumo de cosméticos

A crescente discussão sobre inclusão na moda e beleza reflete uma mudança cultural significativa. Antes dominada por grandes corporações, a indústria agora vê uma diversificação de vozes que redefinem os padrões de consumo e as interações com os produtos de moda e beleza.

Beleza // Narcisus
Por Sarah Rocksane Araújo
Junho, 2024

Golloria George, uma influenciadora de beleza com mais de 1,5 milhões de seguidores no TikTok, recentemente expressou sua insatisfação com a marca Youthforia em um vídeo que acumulou mais de 2,4 milhões de visualizações. Em sua série "The Darkest Shade" (O Tom Mais Escuro), George testa o tom mais escuro das linhas de base das marcas para ver se correspondem à sua tez. Segundo George, o tom mais escuro da Youthforia estava consideravelmente mais claro do que o anunciado online, falhando em corresponder ao seu tom de pele.

George, conhecida por sua abordagem honesta e crítica na indústria da beleza, não poupou a Youthforia em seu vídeo. Esta não foi a primeira vez que a influenciadora expôs problemas de inclusão em marcas de beleza. Em 2023, quando a Youthforia lançou a Date Night Skin Tint Serum Foundation, George e outros criadores como Christina Abiola apontaram que nenhum dos 15 tons disponíveis atendia adequadamente às peles mais escuras. A reação nas redes sociais foi rápida e intensa, forçando a Youthforia a emitir uma declaração classificando o lançamento como uma "prova de conceito", prometendo a adição de mais tons futuramente. No entanto, essa explicação deixou muitos consumidores negros e pardos se sentindo como uma reflexão tardia.

Fiona Co Chan, fundadora da Youthforia, respondeu às críticas, reconhecendo que o lançamento inicial não alinhava com a missão da marca de celebrar a beleza individual. Em um vídeo já removido, Fiona explicou as dificuldades encontradas para encontrar modelos de tons de pele mais escuros, descrevendo o processo como "bem estressante" e apelando para que as agências de modelos sejam mais inclusivas.

A crescente discussão sobre inclusão na moda e beleza reflete uma mudança cultural significativa. Antes dominada por grandes corporações, a indústria agora vê uma diversificação de vozes que redefinem os padrões de consumo e as interações com os produtos de moda e beleza. Esta transformação é crucial, pois a moda e a beleza não apenas moldam normas estéticas, mas também influenciam percepções sociais sobre identidade e pertencimento.

Portanto, a luta por uma representação mais ampla e justa vai além de simples escolhas de produto; é um movimento social que busca desmantelar estereótipos e preconceitos. Ao questionar e superar padrões normativos, a indústria pode começar a reparar as exclusões históricas e marginalizações de diversos grupos, promovendo uma inclusão verdadeira em todas as esferas.

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