SPFW N59: Lino Villaventura

A passarela vira rito, e as modelos, ninfas silvestres, desfilando em verdes, marrons e roxos de flor noturna.

Moda // Spotted: Fashion-System
Por Sarah Rocksane Araújo
Abril, 2025

Sob um céu de tempestade cenográfica, Lino Villaventura costurou mitologias com a agulha da memória e o fio da invenção. Tecidos sussurravam segredos antigos em microplissados de seda, algodão que sabiam do chão e peles de cobra renascidas em mapas de cor.

A passarela vira rito, e as modelos, ninfas silvestres, desfilando em verdes, marrons e roxos de flor noturna. Seus vestidos dançavam com o ar, feitos mais de vento do que de pano. Cada peça, uma história bordada à mão: Carmelita vestia um mosaico de retalhos que parecia ter sonhado cores. Entre cortes, nervuras e estruturas, o corpo ganhava arquitetura. Arte vestível. Roupa que pulsa. Moda como encantamento.

Fotos: @agfotosite

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A coleção masculina, de alma urbana, caminhava firme entre o streetwear e o espírito de floresta industrial. Cáquis suaves encontravam linhas esportivas, capas matelassadas em tons fluo piscavam como luz de cidade noturna. Os sneakers (quase totêmicos) carregavam a identidade da marca em seus passos. No final, o preto absoluto tomou a cena, não como ausência, mas como volume, sombra que revela relevo, textura que se sente com os olhos.

Fotos: @agfotosite

Lino aqui afirma que até o silêncio pode ser exuberante. E que moda, para ele, é sempre mais do que roupa: é um gesto, uma escultura em movimento, um feitiço tecido à mão.

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