Os aromas têm uma influência única em nossas vidas, transcendentais desde o nascimento. Desde os primeiros momentos, quando somos acolhidos nos braços maternos, o cheiro da mãe se torna uma parte integral de nossa experiência sensorial, estabelecendo um vínculo emocional essencial e proporcionando uma sensação de serenidade.
Hoje em dia, mais do que nunca, os perfumes não são apenas um luxo, mas uma necessidade básica para muitos na sociedade contemporânea. A busca pela fragrância perfeita não se trata apenas de vaidade, mas de satisfazer uma necessidade humana fundamental de expressão e identidade. É uma maneira de se adornar com uma aura invisível, que transcende o físico e se conecta diretamente ao eu interior.
Em diferentes culturas, essa necessidade é satisfeita de maneiras diversas. Seja através de óleos aromáticos na Índia, incensos perfumados no Japão ou loções sofisticadas no Ocidente, a busca pela fragrância ideal é uma constante em todas as partes do mundo. Essa diversidade reflete não apenas a variedade de gostos e preferências, mas também a riqueza da experiência humana em sua totalidade.
Compreender a história da fragrância é entender o papel dos perfumes, não apenas como uma indulgência sensorial, mas também reconhecendo a importância dos pequenos rituais diários que nos conectam com nosso próprio ser e com a percepção de nós dos outros ao nosso redor. Dentro do universo das fragrâncias, existe uma conexão misteriosa que transcende os sentidos, unindo cheiros, memórias, gostos e até mesmo sons. Uma crença enraizada há séculos sugere que certas fragrâncias estão intrinsecamente ligadas a diferentes tonalidades musicais, uma sinfonia olfativa que ecoa desde tempos remotos.
Remontando a 150 anos atrás, o perfumista G.W. Septimus Piesse, em 1867, destacou essa fusão entre aromas e música, proclamando que "existe, por assim dizer, uma oitava de cheiros como uma oitava na música". Para Piesse, a compreensão e apreciação de ambas, música e fragrâncias, são similares, ecoando harmonicamente em nossas percepções.
Ainda na história dos perfumes, os franceses imortalizaram o termo "parfum" para descrever os aromas exalados pela queima de incenso. Surpreendentemente, a primeira forma de perfume remonta aos mesopotâmicos, cerca de 4000 anos atrás, quando o incenso era fabricado e utilizado em cerimônias religiosas. Culturas antigas utilizavam uma gama de resinas e madeiras, incensando-as em seus rituais. O Egito, conhecido por sua riqueza cultural e sofisticação, viu a chegada do incenso por volta de 3000 a.C., mas foi somente durante a Era Dourada que os perfumes foram democratizados, abandonando sua exclusividade inicialmente reservada aos sacerdotes.
À medida que os egípcios comuns passaram a desfrutar dos aromas exuberantes, adotaram rituais de beleza elaborados, mergulhando em banhos perfumados e revigorando a pele com óleos aromáticos, enaltecendo assim os prazeres sensoriais.
O século XIX, marcado por uma era de inovação e progresso, testemunhou transformações profundas na indústria do perfume. As mudanças nos gostos e os avanços na química pavimentaram o caminho para a perfumaria moderna. Se antes os perfumes eram extraídos exclusivamente de uma flor, hoje eles se tornaram uma sinfonia complexa de notas, uma mistura harmoniosa de produtos químicos naturais e sintéticos que conferem identidade e profundidade às fragrâncias contemporâneas. Mas ainda que a tecnologia seja presente, a tradição na perfumaria de luxo tem se tornado fator de diferenciação.
LES EAUX RÊVÉES, EAU RÊVÉE D’HUBERT DE SISLEY PARIS
A coleção de fragrâncias Les Eaux Rêvées desembarca no Brasil com o perfume Eau Rêvée d’Hubert. As águas dos sonhos, em uma tradução livre, conta com seis fragrâncias inspiradas nos membros da família (quatro fragrâncias recebem o nome dos netos d'Ornano). Em particular, a mais recente das fragrâncias é chamada de "L'Eau Rêvée d'Hubert", que homenageia o amor de Hubert pela fragrância e possui a assinatura de sua esposa Isabelle d'Ornano e do perfumista Alexis Dadier.
Isabelle concebeu esta fragrância com a intenção de capturar a essência distintiva e vigorosa do gerânio, dando-lhe uma abertura poderosa e original. A relação intrínseca entre a marca e a história da família d'Ornano é fundamental para compreender essa fragrância. Desde sua fundação em 1976, a Sisley Paris tem sido uma empresa familiar francesa, iniciada por Hubert e Isabelle d'Ornano. Hoje, seu legado é perpetuado por seu filho Philippe d'Ornano e sua filha Christine d'Ornano, representando três gerações de dedicação e excelência no setor de beleza. Com um compromisso inabalável com o savoir-faire francês, todos os produtos para cuidados com a pele são meticulosamente fabricados na França, refletindo a paixão e o orgulho da família pela tradição artesanal.
A jornada olfativa de L'Eau Rêvée d'Hubert começa com uma explosão refrescante e verde, evocando a sensação de um jardim em flor. À medida que se funde com a pele, revela camadas de notas que aquecem gradualmente. Com notas de cabeça vibrantes de Menta, Agathosma e Shiso, seguidas por um coração sedutor de Gerânio, Papiro e Cedro, esta fragrância faz ode à natureza e à elegância atemporal. Sua base, enriquecida com Musgo de Carvalho, Patchouli e Ambroxa, confere uma profundidade duradoura.
Um tributo perfumado à harmonia entre passado e presente, esta é uma essência que transcende o tempo, capturando uma história de amor e da elegância francesa.