A Era Pós-Social Media: Como será nosso futuro online?

Desde o seu surgimento nos anos 2000, as plataformas de redes sociais vem transformando a maneira que se cria, distribui e monetiza a informação que circula pela rede. Hoje em dia, não há duvidas de que as redes sociais são quase onipresentes em nosso cotidiano, condicionando a forma que nos concectamos uns com os outros.

Cultura // Oráculo da Mente
por Complete Magazine
Julho, 2024

Apesar de sua aparente ubiquidade, a era das redes sociais já apresenta sinais de declínio e sua capacidade de conectar pessoas, ideias e movimentos vem perdendo credibilidade, seja pelo controle algorítmico, questões de privacidade ou excesso de conexões irrelevantes.

Não é de hoje que as plataformas são capazes de estruturar a informação baseada no comportamento individual de cada usuário, otimizando a entrega de conteúdo de acordo com a nossa capacidade de atenção e incentivando o compartilhamento e a rolagem infinita. De acordo com o relatório "Post-social Media" (Co-matter), publicado em 2020, essa entrega de conteúdo sob medida contribuiu para a perda de experiências coletivas relevantes, criação de bolhas sociais (online) e polarização extrema. É evidente que tal fator apresenta um agravante no Brasil, onde 85% das pessoas tem o hábito de se informar pelas redes sociais, segundo pesquisa publicada em junho de 2024 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. (“The OECD Truth Quest Survey: Methodology and findings”, OECD Digital Economy Papers, No. 369, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/92a94c0f-en.)

Em geral, os apps são concebidos para potencializar a capacidade de qualquer pessoa participar na economia, seja comprando e vendendo mercadorias, operando como uma pequena empresa, ou produzindo dados, conteúdos e atenção. E na economia da atenção, a quantidade de informações de que dispomos é administrada de modo a transformar a atenção humana em uma commodity escassa. Para resolver a escassez de atenção das pessoas, estas tecnologias têm sido cada vez mais orientadas para a captação estratégica da atenção privada auxiliada pela recolha e análise sistemática de dados pessoais, o que se tornou num modelo de negócio muito lucrativo.

Nesse sentido, redes sociais e demais plataformas capitalizam sobre o desejo humano por conexão e pertencimento, e a ambição por um numero cada vez maior de amigos e seguidores no maior número possível de plataformas criou uma realidade onde nos vemos hiper-conectados, ansiosos e insatisfeitos. Se as pesquisas já anunciam a era pós-social midia, como podemos fazer diferente? Como podemos construir novos caminhos e formas de financiar nosso trabalho online e off-line? Como podemos criar o contexto ideal para que a criatividade não seja podada pelo algoritmo? Como podemos nos conectar de forma significativa e relevante em nossa jornada?

Como será nosso futuro online?

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