O avanço ocorre em um contexto de pressão por eficiência, escassez de profissionais especializados e necessidade crescente de integração entre operações e tecnologia
O ecossistema de tecnologia vive um movimento de expansão acelerada em torno das plataformas low-code, impulsionado pela necessidade das empresas de reduzir ciclos de desenvolvimento e ampliar autonomia operacional. Projeções da Fortune Business Insights estimam que o mercado global alcance mais de 260 bilhões de dólares até 2032, volume quase nove vezes maior que o registrado atualmente.
A tendência reflete uma mudança estrutural no modo como organizações constroem soluções digitais. Interfaces visuais combinadas a automação e recursos de inteligência artificial permitem que áreas de negócio participem diretamente da criação de sistemas internos, reduzindo a dependência exclusiva de equipes de TI. Segundo a Gartner, até o fim deste ano mais de 65% dos novos aplicativos corporativos serão desenvolvidos em plataformas low-code.

O avanço ocorre em um contexto de pressão por eficiência, escassez de profissionais especializados e necessidade crescente de integração entre operações e tecnologia. Em muitos casos, criar aplicações internas sem a complexidade do desenvolvimento tradicional se torna um fator estratégico para manter competitividade.
No Brasil, o cenário segue a mesma direção. A combinação entre demandas internas crescentes e limitação de mão de obra técnica favorece ferramentas que aceleram prototipagem, simplificam fluxos e permitem ajustes contínuos. Esse movimento se espalha por áreas diversas — de logística e atendimento a vendas, finanças e gestão de dados — em que respostas rápidas têm impacto direto na operação.

Para Beto Yunes, CTIO da Globalsys, o fenômeno revela uma mudança de paradigma. Em sua avaliação, depender apenas de modelos tradicionais já não atende ao ritmo das organizações, e a união entre IA e low-code amplia a capacidade de automatizar rotinas e distribuir responsabilidade de desenvolvimento entre diferentes times.

A adoção crescente dessas plataformas indica que o low-code se consolida não apenas como tendência, mas como parte da infraestrutura tecnológica que sustenta a transformação digital contínua. À medida que as empresas reconfiguram seus processos internos, o tema deve ganhar relevância estratégica nos próximos anos, influenciando tanto a forma de pensar arquitetura de sistemas quanto o papel das equipes envolvidas na inovação.