A Meta Inteligência: Os planos para a nova Arquitetura de tecnologia da Meta

A nova frente da Meta é dedicada ao desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial capazes de se auto aperfeiçoar, modelos que aprendem com mínima interferência humana e que, segundo Zuckerberg, podem tornar-se “fundamentalmente mais inteligentes do que as pessoas”.

Inovação // Tech-forecast
Por Gilles Pedroza Leite
Setembro, 2025

Durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025, Mark Zuckerberg anunciou a criação da Meta Superintelligence Labs, laboratório de pesquisa que projeta ambições muito além das redes sociais. A nova frente da Meta é dedicada ao desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial capazes de se auto aperfeiçoar, modelos que aprendem com mínima interferência humana e que, segundo Zuckerberg, podem tornar-se “fundamentalmente mais inteligentes do que as pessoas”. A aposta, que reposiciona a Meta na corrida pela IA generativa, pretende aliar escalabilidade computacional, autonomia algorítmica e novos dispositivos de interação.

O conceito-chave da empreitada é a chamada superinteligência pessoal. Em contraposição a visões centralizadas que imaginam um futuro de automação total e renda universal, a Meta propõe sistemas que operem como extensões cognitivas individuais. Um dos vetores centrais dessa estratégia está nos dispositivos vestíveis. Os óculos inteligentes da Meta, desenvolvidos em parceria com a Ray-Ban, já venderam 2 milhões de unidades desde 2023. Para Zuckerberg, trata-se do “formato ideal para a IA”, articulando captura ambiental, assistentes contextuais e computação ubíqua. O protótipo Orion, de realidade aumentada, ainda não tem previsão de lançamento, mas serve como guia conceitual para os futuros produtos da marca.

O investimento em capital previsto para 2025 foi elevado para US$69 bilhões, impulsionado, sobretudo, pelos altos custos de infraestrutura e pela contratação de talentos em IA. A empresa vem recrutando nomes de peso, como Alexandr Wang (Scale AI), Nat Friedman e Daniel Gross, oferecendo pacotes salariais de até nove dígitos. O ex-pesquisador da OpenAI, Shengjia Zhao, assumirá a liderança técnica da nova divisão.

Neste cenário, o design deixa de ser apenas interface e assume papel estruturante: media a experiência, define a linguagem das interações e participa da construção daquilo que entendemos por “inteligência”. O laboratório de Zuckerberg não é apenas sobre algoritmos, mas sobre moldar uma nova cultura computacional, onde as fronteiras entre sujeito e máquina, entre percepção e processamento, se tornam cada vez mais tênues.

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