Moda e Sustentabilidade em Diálogo.
O AYA Talks, realizado no dia 13, consolidou-se como o maior evento de sustentabilidade nos setores de moda, beleza e bem-estar no Brasil. O encontro reuniu executivos, empreendedores, criadores, jornalistas e ativistas para discutir temas centrais da transição para uma economia regenerativa: liderança corporativa, empreendedorismo de impacto, influência no consumo consciente, valorização das culturas indígenas e estratégias para acelerar a circularidade e a bioeconomia. A iniciativa é parte do ecossistema AYA Earth Partners, primeiro e maior hub dedicado a conectar empresas, organizações da sociedade civil e especialistas na missão de impulsionar o Brasil rumo a uma economia de baixo carbono. Sob liderança de Patricia Ellen, ex-secretária do Governo de São Paulo, o AYA busca criar soluções integradas para que líderes empresariais consigam transformar desafios climáticos em oportunidades de investimento e inovação.
Entre os destaques da programação, a fala da jovem liderança climática da ONU, Txai Suruí, deu o tom da urgência: “As mudanças climáticas já estão afetando a todos, principalmente os povos indígenas, e é nos grandes espaços de decisão que precisamos levar nossa realidade. Precisamos usar nossos instrumentos, como celulares, drones e câmeras, para lutar nossas batalhas, porque a mídia tradicional ainda não mostra os desafios que enfrentamos”.
Segundo Maria Toledo, Embaixadora de moda, beleza e bem-estar da AYA, o objetivo é “furar a bolha”, aproximando o universo da moda e da beleza das discussões urgentes sobre sustentabilidade. “É preciso que a transformação comece de dentro. As empresas precisam adotar medidas internas, para além das regulamentações legais e relatórios reputacionais, e gerar impacto positivo real”, explicou. Como Embaixadora, ela destacou o papel estratégico da imprensa e dos consumidores apaixonados por moda e beleza em amplificar a discussão. “Quando trazemos a sustentabilidade para esse setor, potencializamos o debate”, disse. A expectativa para os próximos anos é clara: fortalecer a adesão de mais marcas ao ecossistema AYA, estimular projetos internos de impacto positivo e consolidar o evento como encontro anual de referência. “Estamos muito felizes com a participação deste ano, a maior que já tivemos. Queremos expandir cada vez mais”, completou.
Responsável pela curadoria do AYA Talks, Flávia Vagen destacou o cuidado em selecionar vozes diversas para o evento. Sua meta foi conectar moda, beleza e bem-estar com discussões densas, mas que precisam alcançar públicos para além dos “convertidos”. “O principal desafio foi sair da bolha. Precisávamos levar temas complexos, como clima e bioeconomia, para o público da moda, que ainda está distante desses debates. A ideia foi identificar players relevantes, marcas que já estão em processos transformacionais, e conectá-los a outros setores”, afirmou. A diversidade foi outro ponto central. Segundo Flávia, a curadoria buscou integrar diferentes perfis étnico-raciais e regionais, articulando vozes de povos originários, artistas da moda, comunicadores, publicitários e líderes corporativos. Essa mistura reforça a proposta de criar um espaço plural, no qual práticas de sustentabilidade possam ser compartilhadas e multiplicadas. Para ela, o impacto esperado vai além da inspiração: “Não queremos que o evento se limite à fala. O objetivo é que as conexões se desdobrem em ações concretas. Saímos daqui com agendas definidas, com empresas que têm soluções sustentáveis sendo conectadas a marcas que ainda não enxergaram esse potencial”.
A estratégia do AYA é clara: engajamento contínuo, ampliação da rede de membros e fortalecimento das soluções regenerativas no Brasil. Ao articular moda, beleza e bem-estar como porta de entrada para conversas amplas sobre clima e sociedade, o projeto desloca a percepção desses setores e mostra sua relevância estratégica.