Entre os dias 28 de maio e 1º de junho, a Mercado Livre Arena Pacaembu recebe a quarta edição da ArPa Feira de Arte. Consolidada como um dos principais encontros do circuito artístico contemporâneo da América Latina, a ArPa reúne cerca de 100 artistas e mais de 60 galerias de 14 países.
Entre os dias 28 de maio e 1º de junho, a Mercado Livre Arena Pacaembu recebe a quarta edição da ArPa Feira de Arte. Consolidada como um dos principais encontros do circuito artístico contemporâneo da América Latina, a ArPa reúne cerca de 100 artistas e mais de 60 galerias de 14 países. O evento expande sua atuação no cenário internacional, mantendo como foco a produção brasileira e o fortalecimento de redes entre artistas, galerias, curadores e instituições.
Desde sua criação em 2022, a feira adota uma curadoria precisa e estrutura uma programação que se distancia da lógica expositiva massiva, priorizando a qualidade das apresentações em formatos próximos a exposições solo ou coletivas reduzidas. O modelo tem atraído galerias comprometidas com pesquisa artística e práticas curatoriais mais sensíveis — sobretudo da América Latina.
A edição deste ano celebra o retorno de galerias como Ruth Benzacar (Argentina), em comemoração aos seus 60 anos, e Casas Riegner (Colômbia), ao lado de estreias importantes como Constitución (Argentina), OMR (México), Coral Gallery (Miami) e Formatocomodo (Espanha). Também marca a volta de nomes como Isla Flotante e Campeche, reforçando a amplitude e a articulação da ArPa no contexto regional.
Além das participações institucionais, a feira promove o Programa Prisma, que conecta o circuito de galerias a colecionadores ligados a instituições como LACMA, National Gallery of Art e Tate Modern. Estarão presentes figuras como Eugenia Braniff (Colección FEMSA) e Laura Hakel (Colección Ama), refletindo o grau de articulação internacional da programação.
A curadoria da ArPa é formada por um comitê responsável por selecionar as galerias participantes com base em critérios artísticos e de diversidade de práticas. A presença nacional segue como eixo estruturante da feira, com nomes como Mendes Wood DM, Almeida & Dale, Raquel Arnaud, Simões de Assis e, pela primeira vez, Luisa Strina e Martins & Montero.
“Limitamos o número de artistas por estande para permitir uma leitura mais profunda de cada proposta”, afirma Camilla Barella, diretora geral da feira. “A ArPa não se estrutura como mercado de volume, mas como plataforma de pesquisa, valorizando a multiplicidade de vozes.”
O contexto econômico favorece o crescimento do setor. Segundo o Art Basel and UBS Art Market Report 2024, a América do Sul aparece como uma das regiões mais otimistas do mundo: 87% dos galeristas brasileiros esperavam crescimento nas vendas em 2024. Já a Pesquisa Setorial do Mercado de Artes Visuais no Brasil indicou um volume de R$ 2,9 bilhões em 2023, com crescimento de 21% em relação ao ano anterior. A ArPa divulgará seu próprio levantamento atualizado durante a semana do evento.
Setores em diálogo: UNI e Base
A edição de 2025 marca a expansão física da feira, que ocupará também o Ginásio Poliesportivo Mercado Livre. Nele estarão o Setor UNI e o Setor Base — dois espaços dedicados a propostas curatoriais específicas.
O UNI, sob curadoria de Ana Sokoloff, apresenta doze mostras individuais — seis de galerias brasileiras e seis internacionais — com destaque para artistas como Ventura Profana (Formatocomodo), Laercio Redondo (Galleria Continua) e Ad Minoliti (OMR). As exposições tratam de temas como poder, pertencimento e ecologias sociais em tempos de crise.
Já o Setor Base parte do princípio da pedagogia como prática artística. Em um gesto de continuidade e colaboração, artistas como Dalton Paula, Dora Longo Bahia e Santidio Pereira convidam pares com os quais compartilham relações formativas para coassinarem tanto os projetos expositivos quanto as conversas públicas durante a feira.
Presença brasileira e vocação para o intercâmbio
A lista de galerias brasileiras presentes inclui nomes consolidados e emergentes de diferentes regiões do país. A abrangência territorial e estética dos projetos apresentados demonstra a vitalidade da cena nacional e sua capacidade de dialogar com práticas internacionais. Em paralelo à ArPa, a feira MADE — dedicada ao design colecionável — reforça o cruzamento entre arte e cultura material, promovendo um ecossistema integrado e contemporâneo.
Com curadoria centrada, programação internacional e atenção aos fluxos do mercado, a ArPa segue afirmando sua importância como uma das plataformas mais significativas para o desenvolvimento da arte contemporânea na América Latina.