A trajetória da banda de pop interdimensional criada no Brasil a partir do encontro de uma humana e dois extraterrestres
No Rio de Janeiro, em 2021, durante a pandemia, três seres interdimensionais se encontravam, e desde então, caminham juntos transformando música em energia vibracional. Starlight, Frankstation e U.F.O, como são chamados, são os indivíduos que formam o grupo Paradise Guerrilla, um verdadeiro fenômeno que está ressignificando a maneira com que produções audiovisuais musicais são criadas no nosso país, misturando ficção com a realidade em música pop com eletrônica.
Com o single "Another Galaxy" como ponto de partida, e após 7 singles, todos acompanhados de vídeos oficiais, o grupo lançou seu primeiro álbum de estúdio "I WANNA MAKE A HOLE IN THE SKY" em Setembro de 2023, no mesmo dia em que se apresentou na primeira edição do festival The Town em São Paulo, Brasil.
O Surgimento
A trajetória do Paradise Guerrilla começou antes de se conhecerem. Starlight, vocalista principal do grupo, já havia encontrado a paixão pela música desde criança. Filha de cientistas, a cantora nasceu na Inglaterra e mudou-se para o Brasil ainda jovem. Na adolescência, teve outra vivência internacional enquanto estudava nos Estados Unidos, onde conseguiu entender, na prática, a fonética inglesa e a forma com que os Americanos produziam músicas. Quando chegou na fase adulta, mudou-se para o Rio de Janeiro, com a promessa vinda de um produtor musical de que iria poder viver de seu sonho - a música. Na prática, o resultado foi outro.
Em meio a tantos artistas que já existem no mainstream, o produtor musical de Starlight(naquele momento ainda conhecida como Bela), queria transforma-la em mais um produto dessa indústria gigantesca. Descentre de como as coisas caminhavam, Bela decidiu seguir por outro caminho, com a esperança de poder encontrar seu espaço, sem precisar deixar de lado aquilo que tinha como essência. Foi então que em um encontro despretensioso, teve o primeiro contato interdimensional, no solo do Rio de Janeiro, com Frankstation e U.F.O.
A abdução que aconteceu dentro de um studio de gravação foi instantânea. Junto com a Paradise Guerrilla, ela teve um espaço livre para conseguir criar com liberdade de expressão: "Era a coisa que o universo estava tramando para mim desde o início de tudo”, diz Starlight. E assim, a canção começou a tocar.
Frankstation e U.F.O já haviam viajado durante muitos anos juntos em outras galáxias. Naquele momento, estavam em busca de algo que realmente viesse para somar e transformar todos os universos alcançáveis. Starlight era a chave que faltava para essa revolução.
Uma Odisseia Visual
Paradise Guerrilla nasceu para nos fazer refletir, através de músicas, sobre a dualidade existente dentro do ser humano: Paradise, sendo o nosso paraíso, e o Guerrilla, refletindo as guerras e embates que temos dentro de nós. O coletivo - como gostam de ser apresentados - entendeu desde o início que precisavam fazer um exercício diário para conseguirem deixar o ego de lado e se entenderem como grupo e seres múltiplos, desprendendo-se da baixa vibração para conseguirem alcançar algo melhor para os três.
O processo criativo por trás das composições é pautado no que estão vivendo no momento presente. A busca pelo autoconhecimento se tornou farol para que o coletivo encontrasse uma bateria infinita para suas criações. "Começamos sempre como um brainstorm de alma, para entender qual a mensagem que queremos passar", diz Frankstation.
Aliás, a ideia de serem "seres intergaláticos" veio daí. Na ufologia, a raça extraterrestre Reptiliana é composta por seres com características de répteis. Escamas e sangue frio. Algumas pessoas acreditam que os Reptilianos estão no planeta há milhares de anos, o exemplo disso seriam os crocodilos e cobras que encontramos na terra. Os instintos mais primitivos vem do cérebro Reptiliano. Por isso criaram a imagem do crocodilo e não tigre ou leão nas comunicações visuais da banda. E a criação continua viva. Depois do entendimento da raça alienígena, começaram a evoluir de fato para entender quem são esses seres, chegando então a construir um conceito e pensar que eles são guardiões entre esses dois mundos e que Starlight está transitando entre eles, o humano e Reptiliano, sempre com os dois guardiões de seus lados(Frankstation e U.F.O): "Os dois são almas extremamente evoluídas de tudo que eu já conheci", diz a vocalista.
O Paradigma Digital da Indústria Musical
Para além de conceitos milaborantes e histórias inimagináveis, Paradise Guerrilla coloca tudo o que absorveu em seu processo criativo em prática com suas músicas e clipes. Um exemplo disso é a tecnologia usada para criar as produções. Em Intoxicated, a tecnologia que usaram é a mesma comparada à Star Wars e Game of Thrones. A filmagem é feita com um telão de Led gigantesco e passagem real-time. DUNA por exemplo é feito assim. Ao invés de gravarem em fundo verde, as imagens que estarão no fundo dos clipes passam ao mesmo tempo que estão gravando. Algumas produções tem duração de até três dias de gravação. A câmera utilizada é a Arri Alexa, a câmera de cinema mais cobiçada para ter textura cinematográfica. O time das produções também não fica para trás. O álbum "I WANNA MAKE A HOLE IN THE SKY" conta com mixagem e masterização do indicado ao Grammy John Armstrong, e de Henry Sarmiento, que trabalha com nomes como Lady Gaga, Red Hot Chilli Peppers e 50 Cent.
Com uma variedade de singles e produções que surpreendem a cada frame, a banda prepara um novo álbum conta com parcerias de peso, incluindo uma música com Seu Jorge, outra com Marcelo D2, além de feats com novos talentos da cena RnB e Trap de São Paulo e Rio. Até o lançamento do segundo álbum, a banda lançará um single por mês até o início de 2025. O primeiro single que abre a nova fase da banda se chama "1000 Por Hora" e traz referências como Michael Jackson e Quincy Jones e já está disponível nas plataformas digitais.
No dia 03/05, o coletivo terá um novo lançamento, o Single “Superbaby”, um hino de empoderamento feminino que traz em seu storytelling uma mulher com poderes quase sobrenaturais, representando a força interior, autoconfiança e amor próprio das mulheres. Inspirado por Pharrell Williams, Timbaland e Britney Spears e com referências na produção ao trabalho de Michael Jackson, a faixa é uma ode à determinação e à realização de sonhos, que ressoa não apenas com o público feminino, mas com qualquer pessoa em busca de fortalecer sua essência interior.
Quando perguntado sobre o futuro da banda em uma era digitalizada, não puderam deixar de citar como a internet e os avanços tecnológicos ajudaram a ter mais espaço e formas de comunicação com o público geral, mas também não colocaram de lado o olhar de que não podemos nos perder na corrida incessante dos algorítmos, mas sim continuar criando coisas que realmente tenham sentido e sejam relevantes para a vida das pessoas.
“Nosso papel como artista é justamente tentar trazer um novo formato para ajudar as pessoas a verem o outro lado, isso é o mais gratificante" finaliza Starlight.