Street Wear: A estética que revolucionou a maneira com que consumimos moda.

Originário do hip hop de Nova York, no final dos anos 1970, esse movimento de margem, cultural e ancestral se consolidou e conseguiu impactar uma indústria inteira.

Moda // Other Side
Por Caique Nucci
Março, 2024

Traduzido do inglês - Streetwear é um estilo de roupa casual que se tornou global na década de 1990. Uma palavra tão pequena, se transformou e hoje carrega um significado enorme - que serviu de inspiração para o mercado de moda e se tornou um fenômeno de varejo multi bilionário. Esse acontecimento poderia ser considerado a grande transformação que impactou a forma com que consumimos produtos nas últimas décadas.

O "efeito street style" se assim podemos dizer, só conseguiu chegar ao que conhecemos hoje, através de dois fatores que auxiliaram para isso: criatividade e escassez.  E é sobre isso que vamos falar por aqui. 

O poder das Imagens

Fazendo uma rápida viagem no tempo, projetando para um cenário pós movimento hippie e liberdade do setores sociais, onde a indústria da moda precisava se renovar através de um novo formato(olá, fast-fashion), com uma produção em escala e venda de roupas para ocasiões específicas, homens e mulheres adquiriram peças pensando exatamente como iriam querer se apresentar para a sociedade, seja para um trabalho, uma viagem, um evento ou uma atividade física. Pensando nisso, a análise de mercado construída para a criação de novos modelitos para essas ocasiões, acontece partindo da tentativa de fazer com que a roupa - ou indumentária, simbolize algo. 

Na prática, para uma reunião, por exemplo, a forma exata de passar uma mensagem de seriedade e etiqueta é o terno. A mesma peça não caberia para um dia de curtição na praia. 

Aqui, percebemos o quão influenciadora a moda pode ser, criando códigos e sinais centenários, fazendo com que os indivíduos envolvidos pelos tecidos em diferentes formatos, se encaixam ou não àquela construção imagética. 

Do Capitalismo à Contracultura

Dito isso, e com todos na mesma página, vamos começar a observar por uma outra ótica: à social. A habilidade que a moda tem de gerar distinção entre indivíduos, não é de sua natureza, mas sim criação do próprio homem, e serve como principal ferramenta para que o capitalismo se estruture. Sem querer esbarrar demais no socialismo, e levando em consideração às falhas no sistema que temos e percebemos até hoje, o paralelo que quero mostrar aqui, é como uma dessas falhas pode gerar um movimento de margem, que se expande e solidifica, fazendo com que as regras pré estabelecidas na sociedade mudem. Foi exatamente isso que aconteceu, nos meados da década de 70, nos Estados Unidos. 

A medida que a sociedade Americana crescia para se tornar uma das principais potências econômicas mundiais, e uma parte de seus cidadãos caminhava em direção à isso através de trabalho, investimento, inovação e consumo desenfreado - a outra parte, que não tinha acesso e que precisaria dar o triplo de si para atingir os mesmo objetivos, encontra maneiras de expressar sua insatisfação com o modus operandi, gerando assim uma contra-cultura à tudo aquilo que era empurrado para eles. 

Grafites com frases escritas pela cidade, Raps desenrolando versos que contam as dificuldades de se viver no sistema opressor, músicas que ressaltam a beleza estética que não era vista nas campanhas e outdoors, e principalmente, roupas de, brechó, segunda mão ou réplicas de peças de marcas famosas que custavam o olho da cara. Tudo isso, junto e misturado, criou o que conhecemos hoje como Street Style. 

O Movimento

A ascensão do streetwear não foi apenas uma questão de moda, mas também de expressão cultural e social. O movimento não se limitou a mudanças no guarda-roupa, mas transcendeu para representar uma quebra de padrões e uma rebelião contra as normas estabelecidas. Foi uma forma de dizer ao mundo que a identidade e a individualidade não podiam ser compradas em lojas de departamento ou replicadas em massa. O streetwear tornou-se um símbolo de autenticidade e resistência, onde cada peça carrega consigo uma narrativa única e uma história de quem a veste.

O que começou como uma resposta à cultura dominante do consumismo e da uniformidade transformou-se em um movimento global que desafia os conceitos tradicionais de moda e estilo. O streetwear não é apenas sobre roupas; é sobre empoderamento, inclusão e liberdade de expressão. Ele deu voz àqueles que se sentiam marginalizados pelo sistema, proporcionando uma plataforma para que pudessem reivindicar sua individualidade e redefinir os padrões de beleza e aceitação. Em um mundo onde a imagem muitas vezes supera a substância, o streetwear oferece uma alternativa genuína e autêntica para aqueles que se recusam a serem definidos pelos padrões convencionais da sociedade.

Para mergulhar ainda mais no impacto e ascensão desse movimento na cultura global, selecionei algumas marcas que já nasceram com isso em seu DNA.

New Era

Criada em 1920, nos Estados Unidos por Ehrhardt Koch. A princípio a ideia era criar chapéus, toucas e boinas. Em apenas 1 ano de empresa, foi produzidos 60 mil chapéus. Em 1934, foi lançado o primeiro boné profissional de beisebol. A New Era expandiu seus produtos em 2008. Dando início a produção não apenas de mochilas, pochetes e cintos, como também de camisetas e jaquetas.

Hoje é a maior e mais completa marca de headwear do mundo. Além de ser a fornecedora oficial de bonés para ligas esportivas. 

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Converse

Lançada em 1908 pela Marquis Mills como 'Converse Rubber Shoe Company', a empresa se especializou em calçados com solado de borracha para homens, mulheres e crianças. A marca sempre ultrapassou os limites do que um tênis pode fazer. Cor, diversão e praticidade para elevar o estilo de todos sem perder a imaginação. 

Tendo dominado o mercado de tênis de basquete por mais de 30 anos, o All Star Chuck Taylor promoveu uma mudança cultural e se tornou predominante na cena musical dos anos 80 e 90. Você podia encontrá-los nos pés de alguns dos maiores nomes do Rock e do Hip Hop mundial, incluindo Kurt Cobain, do Nirvana, Wiz Khalifa, The Rolling Stones, Sex Pistols e The Ramones.

Supreme

A marca surgiu em Nova Iorque pelas mãos de James Jebbia, como uma loja focada no público skatista e na cultura underground. Aos poucos, a marca começou a ganhar destaque no mainstream da moda, sendo item-desejo de toda a juventude mais estilosa do mundo. 

A marca conquistou espaço na cena local de NYC com um time de skate repleto de lendas. Em 1995, O estilo de vida da Supreme foi imortalizado nas telas de cinema com o filme KIDS, dirigido por Larry Clark. No longa-metragem, skatistas e personas reais da cidade, como Harold Hunter e Chloë Sevigny, interpretam adolescentes que vivem seus dias (e noites) mais agitados nas ruas.

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