Com estrutura metálica composta por uma pele interativa, o edifício utilizava sensores instalados na pista de dança para captar estímulos sonoros e movimentos corporais.
Durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, o Estúdio Guto Requena foi convidado a desenvolver uma instalação temporária no Parque Olímpico da Barra. O resultado foi o Dancing Pavilion, projeto comissionado por uma marca de cerveja brasileira, que funcionou como espaço para festas, música ao vivo e experiências imersivas.
Com estrutura metálica composta por uma pele interativa, o edifício utilizava sensores instalados na pista de dança para captar estímulos sonoros e movimentos corporais. Esses dados ativavam cerca de 500 espelhos redondos na fachada, que giravam, abriam e fechavam em resposta à agitação interna, transformando a arquitetura em superfície cinética. O pavilhão reagia ao comportamento do público em tempo real, criando uma coreografia visual em sincronia com o ambiente.
Durante o dia, a estrutura projetava grafismos de luz e sombra no entorno. À noite, com iluminação direcionada, assumia um aspecto vibrante, quase performático, visível a longa distância. A proposta não se limitava à estética: ela visava provocar os visitantes, estimular sensações e conduzi-los a um estado de escapismo, numa experiência que integrava tecnologia, design e afeto.
O projeto foi concebido como um desdobramento das investigações do estúdio sobre arquiteturas híbridas, que exploram a intersecção entre o físico e o digital. A colaboração com a D3, produtora especializada em instalações interativas, foi essencial para o desenvolvimento dos sistemas de hardware e software que deram vida à pele cinética.
Ainda que tenha sido uma instalação efêmera, o Dancing Pavilion permanece como uma das realizações mais emblemáticas da produção do estúdio. Sua relevância não está apenas no impacto visual ou na inovação técnica, mas na forma como antecipa discussões contemporâneas sobre arquitetura responsiva, espaço sensível e emoção como linguagem projetual.